sábado, setembro 25, 2004

Para o inferno o Bon Jovi!

Sábado, quase meia-noite e eu estou em casa.
Acabei de acabar com tudo o que restava da afinação do meu violão. Estou cansadíssimo: fiz prova no inglês (nessa eu me saí bem) e tive simulado no cursinho (no qual eu me saí muito aquém das minhas expectativas). Pouco do que fiz hoje rendeu alguma coisa boa.
Minhas costas doem e estou impaciente. Não há uma música boa nas rádios e, definitivamente, não é o mundo que está indo abaixo. Talvez minhas costas nem estjam doendo tanto e talvez o Bon Jovi nem seja irritante a esse ponto. Talvez o resultado do simulado em si também não se mostre tão ruim dentro da média geral. Possibilidades. O que importa é que, neste momento, poucas coisas me dão alento e muitas provocam irritação profunda. O problema tem nome: Filipe.
Se você não chorou hoje, sorte a sua. Ou azar, porque se acha machão demais para tanto. Encaremos os fatos: homens choram; bois reprodutores, não. Afortunadamente, vim ao mundo com funções pouco maiores do que vender meu sêmen.
Eu chorei. Não aquele choro desesperado, urgente, barulhento de outrora. Um choro mais calmo, profundamente decepcionado, sobretudo triste. Talvez a serenidade maior seja sintoma do costume à vida real. Talvez antes eu me achasse mais capaz de mudar as coisas e, só hoje, consigo ver o quão impotente eu sou. Nem tudo depende de mim e quanto a essas coisas, não resta muito a fazer, o que é uma realidade cruel. Odeio pensar que devo simplesmente suportar estoicamente e que, enquanto o faço, ninguém se mexe para modificar nada. Tudo demanda força de vontade e eu já estou cansado. Será que é pedir demais querer a minha vida tranqüila, livre de comentários atravessados? Será que é tão difícil para as pessoas entenderem a minha relação difícil com o álcool? Por que diabos alguém sempre tem que enfiar o maldito dedo na ferida?
Sinceridade? Pouco importa. Todos para o inferno.
Para completar, amídalas inchadas e palato mole irritado. Talvez seja conveniente ir ao médico, mas não estou com a mínima vontade. Farto de médicos.
Saco, odeio quando tenho a sensação de que desaprendi a escrever. Odeio mais ainda quando releio o que escrevi e percebo que talvez eu nunca tenha realmente sabido escrever. O corretor das redações do cursinho deve concordar.

***
Ahmmmm... Não é bem uma minhoca que tenho na cabeça. Não interessa quem e não interessa como eu soube, mas eu descobri que tem gente que acha q eu sou esnobe, que tenho o rei na barriga. Isso não me incomodou, sou muito arrogante quando não gosto de alguém mesmo... Mas, quando eu gosto, eu tento ser humilde, tratar bem... Só queria saber se tem alguém que tem essa impressão de mim por aí. Tem?
A propósito, devo andar invisível.