sexta-feira, maio 27, 2005

Sobre a minha insegurança

"A minha vida tem um garoto chamado Filipe
Ele é a cobra do meu paraíso
Ele é a dobra do meu paraíso
Ele é a sobra do meu paraíso
Ele é a sombra do meu paraíso
Ele é a cobra
Ele é a cobra
Ele é a cobra"

(excerto retirado de Cícero e Marina, de Antônio Cícero e publicado aqui com uma pequeninda adaptação minha)

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Qualquer coisa para retirar o último post do topo da página. Houve vezes em que tive a impressão de que ele estava bom e que a analogia nem era de tão mau gosto. No entanto, as vezes em que me senti meio que envergonhado por ter abusado do melodramatismo me influenciaram mais acentuadamente. Nego-me a deletá-lo, mas saibam que eu me divido quanto ao conceito que faço quanto ao post em questão. Retirando-o do topo da página talvez eu fique mais tranqüilo.
Se eu não deleto é porque, apesar de a Elisa ter me alertado para o mau gosto da analogia, eu recebi alguns elogios para este blog. Faço como qualquer pessoa com personalidade muito forte: fico numa dúvida cruel por não saber o que pensar. Lasque-se!
Enquanto eu não aprender que o que importa não é causar uma imagem e sim ter uma imagem, tudo o que eu fizer vai soar artificial, tão tosco quanto o post anterior. Queria não me preocupar tanto com o que acham de mim. Quaria conseguir não me preocupar com o que as pessoas mais cretinas acham de mim. Sim, só me preocupa o que os mais cretinos acham. Os outros adivinham desde o começo o que sou, ao que parece. Adivinham que sou um tiquinho mais passional do que aparento, um tiquinho mais descontraído do que se julga e também menos austero do que eu gostaria de ser e parecer.
Tenho algumas novidades.
Tenho uma possibilidade que parece boa de emprego como professor de inglês. Isso traz algumas dúvidas que só farão sentido se eu tiver passado naquele teste imenso de proeficiência que me deram para fazer:
Será que de fato eu tenho conhecimento e didática para dar aula de inglês? Será que eu consigo dar conta do recado satisfatoriamente? Quero dizer... Senti-me tão burro por não saber algumas das coisas que me foram pedidas no teste. Eu me sentiria como o último ser humano da Terra se julgasse não estar realizando bem o que me propus a fazer. Foi por isso que larguei o Anglo, foi por isso que larguei o conservatório.
Outra: será que de fato vai funcionar? A faculdade ocupa muito do meu tempo. Trabalhar vai fazê-lo escassear mais ainda.
Fora as dúvidas, algumas vantagens parecem muito boas. Terei um salário para ajudar em casa, poderei comprar algumas coisas para as quais me falta coragem de pedir dinheiro à minha mãe (até porque sei que dinheiro não está fácil para ela). Sei também que caso seja contratado, vou aprender muito e ganharei muita experiência.
Outra coisa que eu sei é que essa insegurança é normal. Eu sou a dobra do meu paraíso. Qualuqer outro estaria animado com a possibilidade de emprego. Por que diabos eu tenho que ficar pensando e fazendo a pesagem de prós e contras para tudo? Às vezes gostaria de requerer meu direito de ser impulsivo, direito quase adquirido dos jovens. Se bem que a juventude anda tão morta, cansada da mais-valia. Logo eu também estarei exausto devido a ela, tanto quanto o Satélite do Manuel Bandeira. Logo que tiver algo novo a respeito disso, postarei aqui.

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Tenho orgulho de ter pintado esse quadro. Tenho orgulho de algumas coisas que fiz mesmo que às vezes essas coisas pareçam não despertar qualquer coisa em ninguém. o que consola é que eu já tive contato com alguns dos poucos que sabem valorizar essas coisinhas.