sábado, dezembro 04, 2004

Macrocefalia aplicada ao texto

Reflexão sobre um assunto morto e enterrado, sendo o autor incapaz de explicar o motivo do aparecimento deste tema neste momento

É sábado, já é noite, eu estou em casa e isso não é uma reclamação.
Não saí porque não quis e porque estou pensativo. Enfiar-me numa danceteria seria deprimente. Enfiar-me em ambientes insalubres, com música alta, cheios da fumaça fedorenta dos cigarros (cigarros que se acendem unicamente por exibicionismo!) e com gente de nariz empinado parece ser uma péssima idéia no momento. É muito estranho o fato de eu sempre ter sentido isso e só hoje em dia ser capaz de dizer para quem quiser ouvir como eu odeio a Vila Olímpia. Não a Vila Olímpia em si, mas criei uma antipatia absurda pelas pessoas fúteis e esnobes que freqüentam aquelas danceterias caríssimas. Aliás, eu sequer entendo o motivo de um preço daqueles para uma danceteria. Você paga para ensurdecer aos poucos e ficar deprimido assistindo a quilos de pessoas mais bonitos e despojados e integrados e sociáveis e felizes e falsos. É tudo de mentira a não ser o fato de as pessoas serem medíocres o suficiente para encherem a lata só para provar que conseguem. E conseguem o quê? É necessária alguma capacidade para conseguir se embebedar? Tudo é muito vazio e não é o meu mundo, graças a quem quer que vocês queiram atribuir. Faz parte de um passado muito oco e insípido do qual eu adoro lembrar porque me faz sentir menos idiota.


Boletim Fuvest

Dá para ter certeza de que estou na segunda fase (e acho que se não estivesse, nem vivo estaria porque teria cortado os pulsos e me atirado na frente do primeiro caminhão que passasse). Não é nenhum grande mérito, a nota de corte é bastante baixa e na segunda fase só caem matérias que eu domino razoavelmente. Tenho chances boas e espero não me arrepender da escolha por Letras futuramente, apesar de ser "subcurso" segundo um certo mala.


Para um amor no Recife

A razão porque mando um sorriso
E não corro
É que andei levando a vida
Quase morto

Quero fechar a ferida
Quero estancar o sangue
E sepultar bem longe
O que restou da camisa
Colorida que cobria minha dor
Meu amor eu não esqueço
Não se esqueça por favor
Que eu voltarei depressa
Tão logo a noite acabe
Tão logo esse tempo passe
Para beijar você