domingo, outubro 31, 2004

Post - pílula

Aula o sábado inteiro e eleições no domingo. Festa da democracia! Acordei às 6h nos dois dias e estou podre, mas teve coisas que valeram a pena.
Primeiro pq eu estive cercado de pessoas muito agradáveis e tal... Depois porque as palestras foram GE-NI-AIS!!! Héric e Antônio R., respectivamente com Sagarana e Poemas Completos de Alberto Caeiro.
Tirando o meu mal humor e o fato de ter comigo esfiha em TODAs as refeições no sábado, está tudo bem. Amanhã tem aula...

***

Quem não gosta de receber elogios, não é?

***

Post mais curtinho, à Raquel. Sem paciência de escrever. talvez depois cole um textinho ou um poema ou uma música qualquer... Fora que o anterior está muito grande também, tenho que compensar de certa forma.

***

Porque às vezes eu me sinto invisível.


Would Not Come


if I make a lot of tinsel then people will want to
if I am hardened no fear of further abandonment
if I am famous then maybe i'll feel good in this skin
if I am cultured my words will somehow garner respect
i would throw a party still it would not come
i would bike run swim and still it would not come
i'd go traveling and still it would not come
I would starve myself and still it would not come
if I am masculine I will be taken more seriously
if I take a break it would make me irresponsible
if i'm elusive I will surely be sought after often
if I need assistance then I must be incapable
i'd be filthy rich and still
it would not come
I would seduce them and still
it would not come
I would drink vodka and still
it would not come
i'd have an orgasm and still
it wouldn't come
if I accumulate knowledge
i'll be impenetrable
if I am aloof no one will know
when they strike a nerve
if I keep my mouth shut the boat
will not have to be rocked
if I am vulnerable I will be
trampled upon
i would go shopping and still
it would not come
i'd leave the country and still
it would not come
i would scream and rebel still
it would not come
i would stuff my face and still
it would not come
i'd be productive and still it would not come
i'd be celebrated still it would not come
i'd the the hero and still it would not come
i'd renunciate and still it would not come



domingo, outubro 24, 2004

Assuntos que obumbram a minha cabeça

Hoje

O dia hoje arrastou-se e fazia tempo que eu não tinha tanto tédio.
Fiz umas idiotices tipo ligar para pessoas sem ter o que falar. Às vezes pode ser muito bom, mas não quando você as interrompe de dormir ou de comer. Ando escolhendo mal as horas para ligar.
Ontem teve simulado e acho que fui bem, o que é ótimo porque me deixa mais confiante em relação à Fuvest. Aliás, vale abrir um subtítulo para falar sobre ontem.

Ontem - parte I

A Flávia, uma amiga da minha irmã veio aqui. Minha irmã nem estava e nem foi legal só pelo fato de a Flávia ser muito divertida. Foi muito bom porque eu me senti útil. É tão legal.
Ela trouxe um texto que ela tinha escrito para ver se eu podia ajudá-la a melhorar. No texto, ela tinha que explicar para uns gringos, que eram clientes do escritório onde ela trabalha, como funciona a legislação trabalhista do Brasil no que se referia ao impreendimento que eles planejavam montar. Ela dizia o que queria passar para eles e íamos meio que burilando os parágrafos todos. Foi muito bacana porque acho que consegui ajudar. Fora isso, comemos pizza.


Ontem - parte II

(daqui para baixo, são coisas nas quais eu pensei loucamente depois de uma conversa com a minha mãe)

Tenho novidades em relação ao meu cunhado.
Aqui em casa temos uma faxineira, a Madalena. Bom, indo direto ao assunto, a minha irmã comentou com ela que o meu cunhado não se sentia bem de vir aqui em casa devido à raiva que eu tenho demonstrado ter dele. A Madalena contou isso para a minha mãe e minha mãe, para mim. Inicialmente, fiquei meio chateado. Não gosto nem um pouco de magoar a minha irmã, mas depois comecei a ponderar. Em certos lampejos de lucidez que tenho, consigo ser imparcial em relação a um julgamento no qual eu posso ou não me perdoar. Perdoei-me e condenei minha irmã. O fato de eu ter raiva do meu cunhado começa exatamente no erro dela: trazê-lo demais aqui para casa. Com o antigo namorado era igual, mas calhou de nós nos darmos bem, de termos nos tornado amigos, coisa que não aconteceu com o atual.
Ando, portanto, mais tranqüilo: não me sinto culpado porque tenho direito ao mínimo de privacidade dentro da minha casa. Além disso, estou mais aliviado porque a partir do momento que eles evitam ficar aqui muito tempo, a nossa convivência tenderá a melhorar. Motivo de comemoração.
Com o negócio do anúncio do casamento deles para maio de 2007, surgiram alguns problemas. Não sei se é do conhecimento de todos, mas meus pais não se dão bem e há certo medo de que meu pai prefira não ir à cerimônia a fim de não encontrar com a minha mãe e nem com a família dela. Minha reação a respeito disso? Ela continua importando pouco, mas vou dizer: uma pequena tristeza, certa mágoa e raiva devido ao egoísmo e à falta de coragem. Já me prometi algumas vezes que não interviria nisso porque só me traria dores de cabeça e planejo manter essa posição. Se necessário, quem levará minha irmã ao altar serei eu.
Ainda sobre meus pais, a correspondência do meu pai com a "última proposta" para o divórcio consensual chegou na sexta-feira. Era uma carta com o timbre dele e com AR, como uma carta comercial, o que denota uma formalidade que me incomoda profundamente... Afinal, por que ele insiste em manter-se tão distante? Sei que é utópico querer que ele e minha mãe sejam "melhores amigos de infância" dignos do seriado Sandy e Jr., mas acredito que, enquanto adultos, poderiam tentar uma relação minimamente amigável posto que eles têm a mim e a minha irmã em comum. Às vezes me parece até que ele não quer uma relação muito próxima nem comigo e nem com a minha irmã.
Por outro lado, em balanço, noto que ganhei a simpatia de muita gente que não ia com a minha cara e eu estou achando muito bom. Descobri que ninguém é tão fantoche nem tão fútil e nem tão estúpido quanto eu achava que fossem. Muito bom isso. Talvez sirva para eu aprender que nem sempre o que eu julgo ruim é ruim de verdade. Tomara que também sirva para eu aprender que pessoas que eu julgo muito legais podem terminar me deixando com muita raiva, principalmente... (ah, esqueçam! Ia dar uma indireta aqui, mas melhor omitir). Já conteceu e está enterrado. Em cova rasa, mas está. Bom saber que muitas coisas podem mudar às vezes.


Para quem disse que meu gosto musical estava indo ladeira abaixo, TOMA! (rs)

Construção / Deus lhe pague

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo por tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio naufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o Sábado


Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague
Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague
Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague
Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague


(Chico Buarque de Hollanda)

("Construção" é genial, mas eu gosto ainda mais de "Deus lhe pague", que á parte em itálico)

Caramba, como o post ficou longo. Desse eu gostei.

terça-feira, outubro 19, 2004

Em protesto

Em protesto à cafonice gritante do post anterior, resolvi deletá-lo e escrever outro. E tomara que saia algo decente.

Fui bem no simulado e fiquei muito contente. Parece que veio justamente quando eu precisava de ânimo: preciso dar um rumo para a minha vida em vários sentidos. Andei revisando bastante coisa e tudo parece estar tomando um rumo que eu não sei se é certo. Aliás, duvido que haja um rumo certo para qualquer coisa. Uma vez vi um psicanalista falando na TV e achei interessantíssimo:
quando fazemos uma escolha, há duas possibilidades. Uma delas, a de dar tudo errado; a segunda, de tudo funcionar bem. No caso de ocorrer a primeira, isso gera frustração. No caso de ocorrer a segunda, a frustração gerada pela escolha não é perceptível pois houve algo que compensou.

Espero conseguir compensar e, se não conseguir, arranjo um jeito. O importante é ficar bem comigo, o que inclui ficar bem com os outros. Os que quiserem ficar bem comigo, que fiquem. Os que não querem, sintam-se convidados a ir para o meio do inferno.

Tem hora que a gente realmente cansa de dar murro em ponta de faca. A minha hora assim chegou, estou mais acomodado e parece q estou me estressando menos. Quando, nos meus sonhos mais doidos eu imaginaria que me converter em um bundão fosse tão bom? Agora entendo os cobradores de ônibus e o pessoal de telemarketing.

Hoje o metrô estava abarrotado na porta e eu vim escutando uma moça falando "putz, meu.... Eu tava na balada, tava mto louca, bebaça....". Não resisti e, como estava morrendo de vontade de ser linchado, comentei alto com a Jaqueline: "odeio gente que se gaba de beber" e isso definitivamente é verdade.
"Sair para beber" transcende a minha capacidade de compreensão. Acho perfeitamente compreensível sair com os amigos e ir a um bar, mas isso objetivando a companhia dos amigos, nunca objetivando entorpecer-se... Isto é, qual o objetivo de sair? Incluir-se no grupo? Ah, falta de personalidade é um defeito grave.

Também detestei esse post.. Que droga, estou incomodadíssimo com isso.

terça-feira, outubro 12, 2004

Non-sense

Eu já deveria saber: não adianta, Filipe! Você não é como todo mundo!
Às vezes eu queria ser como todo mundo me parece ser às vezes: uma parede instranponível de insensibilidade. O fato é que o mundo acaba exigindo certa insensibilidade e, ao que parece, todos se acostumam.
Eu não consigo, não sei, transcede a minha capacidade. Não sou gado, não estou exposto em um açougue e tampouco gosto de me sentir usado.
Outra dificuldade é entender a mente das pessoas: todas imprevisíveis e eu todo bobo. Cansei de me machucar com tonteira. E quando a vida parece pregar uma cilada, a resposta que eu encontro é ensimesmar-me. Sim. Se a vida está complicada talvez exija de mim um esforço de reformulação da mesma para melhorá-la até que piore outra vez e assim até o infinito ou à ataúde, de acordo com o que o leitor desejar.
Muita gente sumiu e isso chateia um pouco. Não me achateio com a pessoa e nem com a atitude porque sei que às vezes é necessária, por n motivos. O que chateia é a saudade/solidão/isolamento/compulsão por chocolate. Talvez seja melhor mesmo eu dar um tempo para ponderar sobre o que deve ser feito. Diabos de passionalidade que insiste em surgir quando tudo o que eu precisava era ser frio e insensível. Deve ser assim com todo mundo, não? Pouco importa, quero casa, música de fossa... E a droga do som da sala, que é o melhor daqui de casa, está com problemas para rodar alguns dos CDs. Maldição.

Não vou resistir, vou colocar "os ombros suportam o mundo", do Drummond, aqui. Poema lindo, lindo. Repetição? É sim, mas agora ele está em versão integral.



Os Ombros Suportam O Mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossege
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Desgraça pouca definitivamente é bobagem

Deixando de lado as minhas brigas e erros com os outros (isso porque eu ando fazendo muita besteira), falemos da mais nova notícia.
Já tinha algo no ar, mas parece que hoje se confirmou.
Fui acordado com uma conversa entre a minha mãe e a minha irmã sobre matrimônio. É, casamento, junção de trapos, etc.
Ao que parece, meu cunhado concordou. Deverão noivar no meio do ano que vem e casar em maio de 2006, já que é o mês das noivas.
Minha opinião sobre isso? Apesar de achar que a maioria de vocês imagina, ela importa muito pouco.
Como desgraça sempre vem acompanhada, talvez a mãe do meu cunhado mude para o meu prédio. Bom, né?

***

Uma paráfrase de um pedaço dessa letra andou no meu nick no MSN e achei boa idéia colocá-la aqui. É do Pearl Jam e eu a adoro.




Wishlist


I wish i was a neutron bomb
for once i could go off
i wish i was a sacrifice
but somehow still lived on
i wish i was a sentimental
ornament you hung on
the Christmas tree, i wish i was
the star that went on top

I wish i was the evidence
i wish i was the sound
of fifty million hands up raised and opened toward the sky

I wish i was a sailor with
someone who waited for me
i wish i was as fortunate
as fortunate as me

I wish i was a messenger
and all the news is good
i wish i was the full moon shining
off a camaro’s hood.

I wish i was an alien
at home behind the sun
i wish i was the souvenir
you kept your house key on

I wish i was the pedal break
that you depended on
i wish i was the verb to trust
and never let you down

I wish i was the radio song
the one that you turned up
i wish, i wish, i wish, i wish
i guess it never stops

domingo, outubro 03, 2004

"Quem sabe de tudo, não fale; quem não sabe nada, se cale".

Sim, eu sei.
Sou orgulhoso e tenho certa dificuldade em assumir os meus erros. Mas acho que estou aprendendo.
Talvez eu seja menos perfeito do que gosto de imaginar que sou.
Com certeza su menos perfeito do que gosto de imaginar que sou.
Tenho tentado ser humilde, mas difinitivamente não é fácil. Não é fácil porque a humildade deve ser seletiva. Quanto mais se abaixa, mais a bunda aparece e tem gente que tripudiará sobre você nesse caso. Existem aqueles outros que conseguem pensar no seu lado e te isentar da má fé. São esses os que eu aprecio.
Lisa, meio que não tenho como te agradecer por me escutar com paciência em um dia que não estava bom nem para você. Você está sempre tentando me entender mesmo quando você não concorda, tentando colocar alguma ponderação e equilíbrio aqui dentro desse ser desequilibrado e muito passional dentro da sua racionalidade/frieza.
Estou melancólico e me resta afastar de tudo o que me faz mal, ainda que sejam coisas que até então me faziam bem. Hoje li naquele horóscopo idiota do Orkut: "your first and last love is self-love". Deve ser verdade.